Um projeto inovador implementado pelo governo do Estado de São Paulo, em parceria com o Acervo dos Palácios e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN), alcançou grande sucesso ao recuperar uma escultura de São Jerônimo em madeira no Palácio do Governo. A iniciativa foi dividida em diversas fases, desde o diagnóstico do objeto até a análise evolutiva das etapas, o restauro e as análises finais, representando a primeira vez que esse tipo de procedimento foi realizado com êxito em um objeto artístico-histórico no Brasil.
Adriana Pires, restauradora-conservadora do Acervo dos Palácios há mais de duas décadas, foi a responsável por liderar a pesquisa e a implementação da técnica que salvou a escultura. Após muitos anos de estudo e pesquisas, Adriana identificou a técnica de consolidação polimérica como a solução ideal para recuperar a peça em estado grave de conservação, com perdas de suporte por ataques de insetos e praticamente desestruturada.
O projeto contou com o apoio crucial da equipe do IPEN, que disponibilizou laboratório com equipamentos de alta qualidade para a execução do procedimento. A consolidação polimérica se destacou como a técnica perfeita para reestruturar a escultura, preenchendo as lacunas no material da peça com uma resina que solidifica em contato com radiação gama. A resina utilizada foi especificamente selecionada para se adequar às particularidades da escultura histórico-artística.
Adicionalmente, foram realizadas análises físico-químicas em parceria com o Laboratório Essencis Tecnologies, proporcionando estudos mais aprofundados sobre a composição técnica da obra. Todo o processo, desde a consolidação polimérica até o restauro no laboratório de restauração do Acervo dos Palácios, foi acompanhado de perto por especialistas, coordenados por Adriana.
Após o sucesso do projeto, a escultura de São Jerônimo está pronta para ser exposta novamente como parte do patrimônio artístico no Palácio do Governo. A restauradora Adriana expressou sua satisfação com o resultado bem-sucedido do processo de restauro, ressaltando a conquista científica e a aplicação de tecnologia de ponta numa área tão específica como o restauro artístico. A recuperação da escultura é um marco para as Ciências do Patrimônio no Brasil, trazendo esperança para a preservação de outras obras artísticas em estado crítico de conservação.
