Apesar da queda, as taxas ainda são influenciadas pelas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que reforçou a insatisfação do Comitê de Política Monetária (Copom) com as expectativas de inflação acima do centro da meta, de 3,0% ao ano. Isso mantém a possibilidade de aumento da taxa básica de juros, a Selic, no radar dos investidores.
Segundo Jefferson Lima, gestor da mesa de reais e juros da CM Capital, mesmo com a redução de hoje, a curva de juros indica o risco de aumento de 25 pontos-base da Selic na próxima reunião do Copom. Ele ressalta a falta de clareza sobre os juros a longo prazo, mantendo a curva praticamente plana.
As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, relacionando a troca no comando do Banco Central com a queda da Selic e sugerindo um novo diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, como possível sucessor de Campos Neto, foram deixadas de lado pelos investidores. Lula afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha que o governo espera a redução da taxa básica de juros e que o próximo presidente do Banco Central precisará ter coragem para cortar os juros quando necessário.
Por volta das 11 horas, a taxa do contrato de DI para janeiro de 2026 estava em 11,505%, abaixo dos 11,545% do ajuste anterior. Enquanto a taxa para janeiro de 2027 recuava para 11,450%, vinda de 11,512%. Já a taxa para janeiro de 2029 era de 11,455%, comparada aos 11,534% do último ajuste. Entre os Treasuries, a taxa da T-note de 2 anos estava em 4,051%, abaixo dos 4,095% do fim da tarde anterior, e a da T-note de 10 anos em 3,892%, reduzida de 3,914%.
Esses movimentos refletem a cautela dos investidores diante das incertezas em relação à política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, bem como às mudanças no comando do Banco Central brasileiro, que podem impactar diretamente as decisões futuras em relação às taxas de juros.