Taxas de DI operam em queda, mas perspectiva de aumento da Selic mantém investidores atentos às declarações do Banco Central.

As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) abriram em queda nesta sexta-feira, 16, acompanhando a tendência de redução das taxas dos Treasuries. Essa movimentação veio após o mercado ajustar suas apostas para um afrouxamento menos intenso da política monetária dos Estados Unidos em setembro.

Apesar da queda, as taxas ainda são influenciadas pelas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que reforçou a insatisfação do Comitê de Política Monetária (Copom) com as expectativas de inflação acima do centro da meta, de 3,0% ao ano. Isso mantém a possibilidade de aumento da taxa básica de juros, a Selic, no radar dos investidores.

Segundo Jefferson Lima, gestor da mesa de reais e juros da CM Capital, mesmo com a redução de hoje, a curva de juros indica o risco de aumento de 25 pontos-base da Selic na próxima reunião do Copom. Ele ressalta a falta de clareza sobre os juros a longo prazo, mantendo a curva praticamente plana.

As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, relacionando a troca no comando do Banco Central com a queda da Selic e sugerindo um novo diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, como possível sucessor de Campos Neto, foram deixadas de lado pelos investidores. Lula afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha que o governo espera a redução da taxa básica de juros e que o próximo presidente do Banco Central precisará ter coragem para cortar os juros quando necessário.

Por volta das 11 horas, a taxa do contrato de DI para janeiro de 2026 estava em 11,505%, abaixo dos 11,545% do ajuste anterior. Enquanto a taxa para janeiro de 2027 recuava para 11,450%, vinda de 11,512%. Já a taxa para janeiro de 2029 era de 11,455%, comparada aos 11,534% do último ajuste. Entre os Treasuries, a taxa da T-note de 2 anos estava em 4,051%, abaixo dos 4,095% do fim da tarde anterior, e a da T-note de 10 anos em 3,892%, reduzida de 3,914%.

Esses movimentos refletem a cautela dos investidores diante das incertezas em relação à política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, bem como às mudanças no comando do Banco Central brasileiro, que podem impactar diretamente as decisões futuras em relação às taxas de juros.

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