A solicitação de financiamento por parte de Tarcísio ocorreu em Brasília, como parte do PAC Seleções, um braço do programa de infraestrutura lançado em agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sob essa modalidade, estados e municípios encaminharam projetos ligados a áreas como mobilidade urbana e saneamento básico.
Em contrapartida, o governo federal se comprometeu a apoiar os projetos com verbas do Orçamento Geral da União (OGU), a fundo perdido, ou por meio de financiamentos do FGTS.
É relevante destacar que, apesar de estarem em campos políticos opostos, Lula e Tarcísio têm estabelecido um ambiente de cooperação em diversas áreas. Um exemplo disso foi a atuação conjunta no processo de recuperação do litoral norte de São Paulo, que foi amplamente afetado pelas enchentes no início do ano.
Além do pedido de financiamento para a expansão das linhas de metrô, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também liberou financiamentos bilionários para a ampliação da linha 3-Verde do metrô e para o Trem Intercidades (TIC), um dos projetos prioritários da gestão Tarcísio, que visa conectar São Paulo a Campinas.
Desta vez, as extensões contemplam os dois ramais do metrô. Na linha 4-Amarela, a extensão prevê um trajeto de 3,3 quilômetros, incluindo as estações Chácara do Jockey e Taboão da Serra, com um investimento estimado em R$ 3,2 bilhões. Já na linha 5-Lilás, estão planejadas as estações Comendador Sant’Anna e Jardim Ângela, em uma ampliação de 4,3 quilômetros, com um investimento previsto de R$ 2,8 bilhões.
Rafael Benini, secretário estadual de Parcerias em Investimentos, ressaltou que o objetivo é financiar 50% do investimento total de R$ 6 bilhões nas duas linhas com um crédito federal, seja do FGTS, por meio da Caixa, ou do BNDES. As concessionárias privadas que operam as linhas ficarão responsáveis pelas obras civis, com o projeto executivo de engenharia das extensões previsto para estar pronto em setembro de 2024.
As concessionárias também deverão aportar os 50% restantes do investimento e terão seus contratos reequilibrados pelo estado de São Paulo, levando em conta o acréscimo no volume de passageiros das linhas. A Via Quatro, sob controle da CCR, opera a linha 4-Amarela (Luz-Vila Sônia), enquanto a Via Mobilidade, que administra a linha 5-Lilás (Chácara Klabin-Capão Redondo), tem a CCR como principal acionista.
A busca por financiamento para a expansão das linhas de metrô em São Paulo evidencia a importância da cooperação entre o governo estadual e o governo federal, independentemente de suas diferenças políticas. A expectativa é de que, com o apoio da União, as obras de infraestrutura no estado possam avançar de forma mais rápida e eficiente, beneficiando diretamente a população paulista.