Essa composição do STF foi resultado das indicações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi cobrado a aumentar a diversidade na Corte, mas optou por não atender os pedidos de setores da sociedade. Mesmo assim, o auge da representatividade feminina no STF aconteceu em 2006, com a posse da ministra Cármen Lúcia, e durou 17 anos, até o ano passado, com a saída de Rosa Weber.
Vale destacar que Vago em 2011 com a aposentadoria compulsória de Gracie, o assento da primeira mulher do STF foi passado para Rosa Weber, que encerrou seu mandato em setembro de 2023, após 12 anos como ministra. Juntas, as três representam apenas 1,7% dos ministros que o Supremo já teve em 132 anos de história.
A indicação de Dino marca, portanto, uma redução na participação feminina na Corte, já que Lula foi o primeiro presidente da história a diminuir essa representatividade. Mesmo sendo pressionado por setores da sociedade, inclusive pelo PT, Lula escolheu focar em outras indicações.
No entanto, a presença feminina nos tribunais superiores do País em geral é de apenas 16%, indicando a necessidade de maiores esforços na inclusão de mulheres em cargos de poder. A esperança de uma mudança nesse cenário está na próxima oportunidade de aumentar a representatividade, que ocorrerá em 2028, quando o ministro Luiz Fux se aposentará compulsoriamente.
A professora Celecina Sales, da Universidade Federal do Ceará (UFC), destaca que a ocupação dos espaços de poder por mulheres se tornou a principal reivindicação feminina nos últimos 20 anos. “No início do século XX, a luta era para expandir direitos, para entrar no mercado de trabalho, por educação. Dos anos 2000 para cá, há uma grande luta das mulheres pelos espaços de poder”, afirma. A presença de mulheres em cargos de liderança no STF e em outras esferas de poder é crucial para a representatividade e igualdade de gênero. A busca por mais diversidade e inclusão continua sendo um desafio para o país, mas é fundamental para garantir uma sociedade mais justa e equitativa.