A divisão de apelação da Suprema Corte rejeitou a decisão de uma instância inferior e determinou que 93% dos empregos públicos em Bangladesh devem ser atribuídos por mérito. Apenas 5% das vagas serão destinadas às famílias dos combatentes, enquanto os outros 2% serão direcionados a pessoas com deficiência e outros grupos.
Os protestos se intensificaram a partir de terça-feira (16), resultando em confrontos entre policiais e manifestantes que deixaram pelo menos 115 mortos ao longo da semana, de acordo com estimativas da agência AFP. As autoridades ainda não divulgaram um balanço oficial das mortes.
O sistema de cotas havia sido abolido em 2018 durante o governo da primeira-ministra atual, Sheikh Hasina, mas foi retomado por um tribunal inferior no mês passado, provocando os protestos. Medidas como o corte dos serviços de internet e telecomunicações e a imposição de toque de recolher foram adotadas para conter a situação, com a mobilização do Exército para patrulhar as ruas da capital, Daca.
Os protestos, considerados os maiores desde a reeleição de Hasina para um quarto mandato, refletem também a questão do alto índice de desemprego entre os jovens em Bangladesh. Além disso, analistas apontam que a violência é influenciada por problemas econômicos mais amplos, como alta inflação e redução das reservas estrangeiras.
Os protestos reacenderam divisões políticas sensíveis entre aqueles que lutaram pela independência do país em 1971 e aqueles acusados de colaborar com o Paquistão. A expectativa agora é que a normalidade retorne e que a violência e incêndios criminosos sejam controlados, após a decisão do Supremo Tribunal.
				
					





