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Supostas denúncias de assédio afetam gestão de Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, após demissão de Silvio Almeida

Entidades ligadas a Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, têm enviado cartas ao presidente Lula, do PT, com críticas à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Essas críticas surgem após denúncias de assédio sexual contra Almeida, levando à sua demissão em setembro.

Dez organizações do movimento negro enviaram um texto a Lula criticando a gestão da Igualdade Racial, apontando problemas como planejamento errático, ausência de consulta pública e atrasos no debate de pautas importantes. Essas entidades, que apoiavam Almeida, afirmam que as escolhas do ministério têm sido negativas.

Em contrapartida, a pasta de Franco defende suas ações, destacando a participação de movimentos sociais e da sociedade civil na formulação de políticas. A igualdade racial é citada como uma das principais agendas do governo.

A defesa de Silvio Almeida, representada pela advogada Juliana Faleiros, nega qualquer relação do ex-ministro com as críticas das entidades ligadas a ele. Essas organizações já haviam manifestado apoio a Almeida quando houve a possibilidade de sua saída do governo por conta da chegada de um membro do centrão.

Além disso, as entidades do movimento negro também denunciaram demissões injustificadas de lideranças representativas e criticaram a gestão de Yuri Silva, exonerado do Sinapir em outubro. As instituições religiosas de matriz africana também se manifestaram contra a condução de Anielle Franco, pedindo a intervenção de Lula no ministério e a substituição da equipe de trabalho.

Diante desse cenário, o Ministério da Igualdade Racial afirmou que as mudanças na equipe são práticas comuns em qualquer gestão. A relação entre o ministério e o movimento negro está em xeque, e a necessidade de diálogo e ajustes para a Política de Igualdade Racial é evidente.

O caso envolvendo Silvio Almeida e Anielle Franco trouxe à tona não apenas a questão do assédio sexual, mas também conflitos políticos e de gestão que permeiam a esfera dos Direitos Humanos e da Igualdade Racial no Brasil. O posicionamento do movimento negro e de diferentes entidades reflete a diversidade de interesses e demandas presentes nesses debates.

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