Um estudo realizado pela Unicamp revelou que 17% dos brasileiros já pensaram em tirar a própria vida em algum momento, e 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. Diante desse cenário, o Centro de Valorização da Vida (CVV) destaca a importância da educação como medida preventiva. Antigamente, falar sobre suicídio era um tabu e havia medo de abordar o assunto, mas essa barreira vem sendo derrubada e cada vez mais informações sobre prevenção estão sendo compartilhadas.
O psiquiatra Elson Asevedo ressalta que o suicídio é resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos, biológicos, genéticos, culturais e socioambientais. Ele afirma que a prevenção está diretamente ligada à saúde mental e destaca a importância de oferecer boas condições de saúde mental, assim como promover a educação socioemocional nas escolas e realizar ações de prevenção ao uso de álcool e drogas na infância e adolescência.
Asevedo também alerta para a falta de estrutura de tratamento em saúde mental no país. Segundo ele, apenas 30% da população tem acesso a serviços especializados, tanto em São Paulo como no Brasil como um todo. Essa precariedade na estrutura de atendimento dificulta o acesso rápido de pessoas em crise grave e com risco de suicídio.
Reduzir as taxas de suicídio no Brasil requer conhecer as principais causas e buscar formas de ajudar. No entanto, é importante abordar o tema com responsabilidade, seguindo as recomendações das autoridades de saúde. O estigma e o preconceito são barreiras que impedem as pessoas de procurar ajuda, pois muitas acreditam erroneamente que problemas de saúde mental são apenas falta de fé ou força de vontade. Isso faz com que elas deixem de buscar tratamento e, muitas vezes, é tarde demais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019 foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, e isso pode ser subnotificado, elevando o número para mais de 1 milhão de casos. No Brasil, são registrados em média 14 mil suicídios por ano, o que representa uma média de 38 casos por dia.
Diante dessa realidade preocupante, é fundamental que a sociedade se mobilize para combater o estigma, promover a educação sobre saúde mental e garantir o acesso a serviços de atendimento especializado. É necessário quebrar o silêncio, falar sobre o assunto e buscar maneiras de prevenir o suicídio, salvando vidas e promovendo o bem-estar mental de todos.
