Um ponto de discordância foi levantado pela então corregedora Maria Thereza de Assis Moura, que atualmente ocupa a presidência do STJ. Ela se opôs ao processo sigiloso aprovado sem debate público durante a gestão do presidente Humberto Martins.
Nas últimas indicações para o TRF-6, foi relatado que um ministro solicitou, por meio de certidão, acesso a todos os votos proferidos. Essa atitude poderia ter sido uma tentativa de identificar possíveis associações entre os eleitores e os candidatos favoritos, a fim de verificar se hava algum tipo de influência externa na votação.
Durante a sessão, que contou com a presença de 30 ministros, Maria Thereza apresentou um vídeo demonstrando o funcionamento do novo sistema eletrônico. Os ministros Humberto Martins, Joel Pacionirk e Raul Araújo realizaram testes no sistema, com o apoio de técnicos do TRE-DF.
A expectativa é que a eleição para a formação das listas tríplices ocorra no próximo mês, sem uma data definida até o momento. O STJ terá duas listas tríplices, uma com indicações dos Ministérios Públicos (estaduais e federais) e outra com indicações dos seis Tribunais Regionais Federais.
Essa mudança na forma de escolha dos indicados para o TRF-6 vem em meio a um cenário de reivindicação por uma maior participação feminina no Tribunal da Cidadania. Entidades feministas assinaram um manifesto contra possíveis retrocessos nesse sentido, já que apenas 18 mulheres concorrem das 41 inscritas para as duas vagas em aberto. Os movimentos feministas declaram apoio a qualquer candidata indicada para as posições.
Essa decisão do STJ representa um passo importante na busca por transparência e lisura nos processos de indicação e seleção de candidatos para ocupar cargos no sistema judiciário brasileiro.