STF retoma julgamento sobre inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas, causando polêmica no Senado e na sociedade brasileira.

Em um pronunciamento contundente realizado no Plenário nesta segunda-feira (4), o senador Eduardo Girão, do partido Novo do Ceará, fez duras críticas à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao julgamento do recurso extraordinário (RE 635659) movido pela Defensoria Pública de São Paulo. O senador expressou sua preocupação com a retomada do julgamento, que está marcado para a próxima quarta-feira (6), e que questiona a constitucionalidade do artigo 28 da Lei 11.343/2006, que trata do porte de drogas para consumo pessoal.

De acordo com a lei em questão, o porte de maconha e outras drogas proibidas para consumo pessoal é punível com medidas sócio-educativas e prestação de serviços à comunidade. O mesmo se aplica para aqueles que semeiam, cultivam ou colhem plantas destinadas à preparação de pequenas quantidades de substâncias para uso pessoal.

O senador ressaltou que a postura do STF em trazer o assunto à tona novamente demonstra um intenso ativismo político-ideológico dentro da Corte. Ele expressou suas dúvidas quanto à imparcialidade do ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do STF, que votou a favor da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. Girão destacou que Barroso possui histórico de ativismo em favor da legalização da maconha, o que poderia configurar um conflito de interesses no julgamento.

Além disso, o senador mencionou a mobilização popular ocorrida no ano passado contra a possível legalização da maconha e outras drogas no país. Ele enfatizou que a sociedade brasileira se manifestou contrária a essas mudanças e que o Senado também se posicionou contra, inclusive com a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45, que visa criminalizar a posse e o porte de entorpecentes sem autorização legal.

Girão alertou para os riscos associados ao consumo de maconha, citando estudos que apontam problemas de saúde mental decorrentes do uso da droga. Ele enfatizou a importância de se levar em consideração os princípios, valores e vontade do povo brasileiro em decisões tão importantes como essa.

Diante desse cenário, o debate em torno da descriminalização do porte de drogas para consumo pessoal continua polarizado, com diferentes setores da sociedade e do Legislativo se posicionando de maneira firme sobre o assunto. A sociedade aguarda ansiosa o desfecho desse julgamento que pode ter impactos significativos na legislação brasileira.

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