O Sindpesp destacou que as alegorias utilizadas na ala “Sobrevivendo no Inferno” demonizaram a Polícia, o que causou extrema indignação entre os delegados. A presidente do Sindpesp, Jacqueline Valadares, destacou que a escola afrontou as forças de segurança pública, desrespeitou e tratou de forma vil e covarde profissionais abnegados que se dedicam à proteção da sociedade e ao combate ao crime.
A Vai-Vai foi a primeira escola a desfilar no Carnaval paulistano deste ano, trazendo um samba-enredo em homenagem aos 40 anos do movimento hip-hop. O desfile contou com diversas referências ao hip-hop na cidade de São Paulo, incluindo a participação de expoentes do movimento como Nelson Triunfo, Negra Li e membros dos Racionais MC’s.
A escola defendeu sua homenagem ao álbum “Sobrevivendo no Inferno” dos Racionais MC’s, afirmando que a ala foi uma justa homenagem ao álbum e aos acontecimentos históricos da época em que ocorreram. A Vai-Vai ressaltou que o desfile buscou homenagear e dar voz aos artistas excluídos que nunca tiveram seu talento reconhecido, além de criticar a exclusão do hip-hop e seus quatro elementos da cultura na cidade de São Paulo.
Em resposta ao manifesto de repúdio do Sindpesp, a escola enfatizou que o desfile tratou-se de um manifesto e uma crítica à exclusão do hip-hop da cultura paulistana. A Vai-Vai destacou a liberdade e ludicidade da escola sob as luzes do Carnaval, reforçando a intenção de homenagear o movimento hip-hop e seus artistas.
Diante do impasse, a expectativa agora é que a Vai-Vai faça uma retratação pública e que ambas as partes busquem um entendimento, visando preservar a harmonia e respeito mútuo entre a escola de samba e as forças de segurança pública.