Ao ler sobre a experiência de Biles, muitos de nós podemos nos identificar com a sensação de estar perdidos em nossos pensamentos negativos, com medos irracionais e com a dificuldade de reconhecer a nós mesmos no espelho. A luta diária contra a depressão e a síndrome do pânico pode nos deixar numa constante batalha contra nós mesmos, nos fazendo acreditar que a força está em nunca parar. No entanto, Simone mostrou que reconhecer nossa fragilidade e aceitar a pausa como parte do processo é, na verdade, um ato de extrema coragem.
O episódio de afastamento de Biles durante as Olimpíadas de Tóquio em 2020 serviu de alerta para o mundo sobre a importância de priorizar a saúde mental, mesmo em meio a crises globais. Nos momentos de maior angústia, muitas vezes tentamos minimizar nossos próprios problemas comparando-os com tragédias alheias, como se isso pudesse trazer alívio ou justificar nosso sofrimento.
A vitória de Biles ao retornar às competições após cuidar de sua saúde mental é um lembrete poderoso de que parar não é o mesmo que desistir. Reconhecer nossos limites, dar um passo atrás e buscar ajuda quando necessário são atos de bravura e autoconhecimento que nos tornam mais fortes no final. Assim como no esporte, na vida cotidiana também precisamos saber quando recuar para depois avançar com mais determinação e equilíbrio. A história de Simone Biles nos ensina que a verdadeira força está em cuidar de si mesmo, mesmo que isso signifique pausar o mundo lá fora.