Setor de Serviços Não Financeiros atinge recorde de 14,2 milhões de ocupados em 2022, revela pesquisa do IBGE

O setor de serviços não financeiros atingiu um marco histórico em 2022, com um contingente de 14,2 milhões de pessoas ocupadas, representando um aumento significativo em relação aos anos anteriores. Esse número é o maior já registrado desde o início da série histórica em 2007, e representa um aumento de 13,9% em comparação com 2013. Em relação a 2021, houve um crescimento de 5,8%, o que equivale a 773,1 mil pessoas a mais ocupadas. Entre 2019 e 2022, período que engloba a fase pré-pandêmica, o volume de mão de obra no setor aumentou em 10,3%.

Dentre as 34 atividades analisadas, cinco delas concentraram quase metade das pessoas ocupadas no setor de serviços: Serviços de alimentação, Serviços técnico-profissionais, Transporte rodoviário de cargas, Serviços para edifícios e atividades paisagísticas, e Serviços de escritório e apoio administrativo.

Os dados são provenientes da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (28). Segundo Marcelo Miranda, analista da PAS, as 14,2 milhões de pessoas ocupadas no setor receberam R$ 518 bilhões em salários e remunerações, e trabalharam em cerca de 1,6 milhão de empresas que geraram uma receita operacional líquida de R$ 2,7 trilhões e um valor adicionado bruto de R$ 1,5 trilhão.

Apesar do crescimento no volume de mão de obra, o segmento de Serviços prestados às famílias registrou uma redução de 3,2% ou 92,4 mil empregos, devido ao impacto da pandemia que reduziu a demanda por esses serviços. No entanto, o segmento vem se recuperando gradualmente desde 2020.

A atividade de Serviços técnico-profissionais foi a que mais teve crescimento no emprego em 2022, com um aumento de 166,1 mil pessoas ocupadas. No acumulado de 2019 a 2022, esse segmento registrou 353,8 mil pessoas a mais ocupadas.

A PAS analisa diversos segmentos dentro dos serviços não financeiros e tem como objetivo identificar mudanças estruturais ao longo do tempo. A pesquisa considera variáveis como emprego e salários, receita de prestação de serviços, custos e despesas, e a regionalização de receita, empregos e salários.

Em relação aos salários médios, os trabalhadores do setor de serviços recebem em média 2,3 salários-mínimos por mês, sendo os menores salários no segmento de Serviços prestados às famílias e os maiores no segmento de Serviços de informação e comunicação. São Paulo é a unidade da federação que paga a maior remuneração média, enquanto Roraima e Piauí têm os menores salários médios.

O setor de Serviços de informação e comunicação foi o que mais perdeu participação nos últimos 10 anos, enquanto o segmento Outras atividades de serviços foi o que mais avançou. O segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o mais representativo em 2022, respondendo por 29,8% da receita operacional líquida do setor.

A PAS também revelou uma queda na concentração de mercado nas oito maiores empresas do setor, de 9,5% para 6,8% em toda a receita operacional líquida. A pesquisa apontou também as diferenças regionais, com destaque para o Sudeste, que concentra a maior parte da receita bruta de serviços no país, e o Nordeste, que tem os menores salários médios.

Em relação à economia, o desempenho do setor de serviços não financeiros refletiu os indicadores macroeconômicos de 2022, como a redução do desemprego e o crescimento do PIB. A retomada das atividades econômicas pós-pandemia e o crescimento de setores-chave influenciaram o desempenho do setor de serviços. Este contexto foi destacado pelo IBGE como determinante para os resultados da PAS 2022.

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