Dentre as 34 atividades analisadas, cinco delas concentraram quase metade das pessoas ocupadas no setor de serviços: Serviços de alimentação, Serviços técnico-profissionais, Transporte rodoviário de cargas, Serviços para edifícios e atividades paisagísticas, e Serviços de escritório e apoio administrativo.
Os dados são provenientes da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (28). Segundo Marcelo Miranda, analista da PAS, as 14,2 milhões de pessoas ocupadas no setor receberam R$ 518 bilhões em salários e remunerações, e trabalharam em cerca de 1,6 milhão de empresas que geraram uma receita operacional líquida de R$ 2,7 trilhões e um valor adicionado bruto de R$ 1,5 trilhão.
Apesar do crescimento no volume de mão de obra, o segmento de Serviços prestados às famílias registrou uma redução de 3,2% ou 92,4 mil empregos, devido ao impacto da pandemia que reduziu a demanda por esses serviços. No entanto, o segmento vem se recuperando gradualmente desde 2020.
A atividade de Serviços técnico-profissionais foi a que mais teve crescimento no emprego em 2022, com um aumento de 166,1 mil pessoas ocupadas. No acumulado de 2019 a 2022, esse segmento registrou 353,8 mil pessoas a mais ocupadas.
A PAS analisa diversos segmentos dentro dos serviços não financeiros e tem como objetivo identificar mudanças estruturais ao longo do tempo. A pesquisa considera variáveis como emprego e salários, receita de prestação de serviços, custos e despesas, e a regionalização de receita, empregos e salários.
Em relação aos salários médios, os trabalhadores do setor de serviços recebem em média 2,3 salários-mínimos por mês, sendo os menores salários no segmento de Serviços prestados às famílias e os maiores no segmento de Serviços de informação e comunicação. São Paulo é a unidade da federação que paga a maior remuneração média, enquanto Roraima e Piauí têm os menores salários médios.
O setor de Serviços de informação e comunicação foi o que mais perdeu participação nos últimos 10 anos, enquanto o segmento Outras atividades de serviços foi o que mais avançou. O segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o mais representativo em 2022, respondendo por 29,8% da receita operacional líquida do setor.
A PAS também revelou uma queda na concentração de mercado nas oito maiores empresas do setor, de 9,5% para 6,8% em toda a receita operacional líquida. A pesquisa apontou também as diferenças regionais, com destaque para o Sudeste, que concentra a maior parte da receita bruta de serviços no país, e o Nordeste, que tem os menores salários médios.
Em relação à economia, o desempenho do setor de serviços não financeiros refletiu os indicadores macroeconômicos de 2022, como a redução do desemprego e o crescimento do PIB. A retomada das atividades econômicas pós-pandemia e o crescimento de setores-chave influenciaram o desempenho do setor de serviços. Este contexto foi destacado pelo IBGE como determinante para os resultados da PAS 2022.