Segundo a gestão Tarcísio de Freitas, responsável pelo caso, um boletim de ocorrência foi registrado no 3º DP (Campos Elíseos) para apurar o uso de documentos falsos por servidores da CPTM. Além disso, um inquérito policial foi instaurado pela 1ª Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas).
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que “o representante da companhia registrou boletim de ocorrência porque os atestados foram emitidos na véspera e no dia da greve de funcionários, gerando na ocasião um número acima da média diária de afastamentos dessa natureza.”
Na CPTM, a apresentação de atestados naquele dia quase quintuplicou em comparação com a média diária de documentos desse tipo emitidos entre janeiro e setembro. A empresa costuma receber 49 atestados por dia, mas durante a greve foram apresentados 232.
Além disso, o governo observou um aumento na apresentação de atestados médicos na véspera da greve. Foram 115 atestados registrados no dia anterior ao movimento grevista.
O governo de São Paulo também apontou que houve predominância da mesma doença nos atestados apresentados. Nos dias 2 e 3 de outubro, 110 dos 347 funcionários que entregaram atestados médicos tinham classificação de doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo. O restante dos colaboradores tinha doenças divididas entre outras 14 classificações internacionais de doenças.
Diante desse cenário, a CPTM abriu uma investigação para avaliar o aumento significativo de atestados no período. A empresa está analisando documentos emitidos por uma mesma clínica e um mesmo médico, bem como possíveis coincidências nas doenças relatadas. Também estão sendo investigadas possíveis adulterações ou falsificações nos documentos.
No Metrô, também houve aumento na apresentação de atestados médicos na véspera da greve, com 123 documentos apresentados, em comparação com a média de 52 atestados. No dia da greve, foram registrados mais 107 atestados.
A CPTM informou que, na terceira greve, que ocorreu em 28 de outubro, o maior número de atestados já foi registrado. Até as 8h30 da manhã, a empresa já havia recebido o dobro do número médio de atestados. O presidente da CPTM, Pedro Moro, destacou que a análise está excluindo atestados de funcionários administrativos beneficiados pelo ponto facultativo do dia 3 de outubro e também outros documentos sem relação com a greve.