Segundo a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a liberação dos dispositivos conhecidos como vapes seria um desserviço à população, já que os cigarros eletrônicos causam danos à saúde. O médico Ricardo Meirelles, coordenador da Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB, argumenta que o projeto é prejudicial e irresponsável.
Em abril deste ano, a Anvisa manteve a proibição da fabricação, importação e venda de cigarros eletrônicos no Brasil, posição que já era defendida desde 2009. No entanto, caso o projeto de lei seja aprovado no Senado, ele poderá seguir para a Câmara dos Deputados sem a necessidade de aval da agência.
A senadora Soraya Thronicke justifica seu projeto alegando que a proibição dos cigarros eletrônicos se baseou no princípio da precaução e que, atualmente, já se tem mais informações sobre os produtos. Ela destaca ainda que a liberação dos vapes poderia gerar uma arrecadação de R$ 2,2 bilhões em impostos anualmente.
No entanto, as entidades médicas rebatem a proposta, apontando que os custos com Saúde seriam muito maiores devido ao aumento de doenças respiratórias causadas pelo uso dos cigarros eletrônicos. O médico Paulo César Rodrigues Pinto Correa, coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT, alerta para os riscos à saúde e para a possibilidade de os cigarros eletrônicos servirem como porta de entrada para o tabagismo convencional.
Diante do impasse, o debate em torno da liberação dos cigarros eletrônicos segue acalorado, com opiniões divergentes entre os apoiadores e os críticos da proposta. O tema levanta questões sobre a saúde pública e a regulamentação de produtos que podem impactar diretamente a qualidade de vida da população. A decisão a ser tomada pelo Senado terá consequências de longo prazo e exigirá um amplo debate sobre os rumos da legislação relacionada ao tabagismo e aos dispositivos de cigarros eletrônicos.