O clima ficou ainda mais acalorado quando senadores perceberam que o projeto estava sendo votado em regime de urgência, sem a criação de uma comissão especial, como estabelece o Regimento Interno. A PEC 9/24, conhecida como PEC da Anistia, também seguiu um trâmite semelhante e teve sua constitucionalidade questionada no STF.
Os parlamentares que se opõem ao PLP 192/2023 argumentam que a proposta beneficia políticos envolvidos em malfeitos e que a sociedade não seria a principal beneficiária. O senador Alessandro Vieira, do MDB-SE, questionou a quem o projeto realmente favorece e afirmou que não é a população.
O senador Randolfe Rodrigues, do PT-AP, criticou a postura de colegas que antes se posicionavam contra a corrupção e agora demonstram apoio à flexibilização da Lei da Ficha Limpa. Segundo ele, os políticos que cometeram crimes graves estão sendo beneficiados pela proposta.
Diante da pressão e da falta de consenso, o projeto foi retirado de pauta e o debate deverá ser retomado após as eleições municipais. O adiamento frustrou o relator Weverton Rocha, que se tornou um dos principais opositores da Lei da Ficha Limpa no Parlamento.
Este episódio levanta questões importantes sobre a transparência e a integridade no processo legislativo. É fundamental que a sociedade acompanhe de perto a tramitação de projetos como esse, que têm impacto direto na vida dos cidadãos e na condução política do país.