Senado aprova projeto que torna crime a apologia à tortura e regimes ditatoriais no Brasil, com forte penalização para agentes políticos.

A Comissão de Defesa da Democracia do Senado (CDD) aprovou nesta quinta-feira (6) um projeto de lei de grande importância. O PL 2.140/2020, apresentado pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), visa tornar crime a apologia à tortura, a torturadores e à instauração de regimes ditatoriais no país. A proposta recebeu parecer favorável da senadora Teresa Leitão (PT-PE) e agora seguirá para análise da Comissão de Segurança Pública do Senado (CSP).

Este projeto prevê alterações no Código Penal, estabelecendo pena de detenção de três a seis meses e multa para aqueles que disseminarem apologia de fato criminoso, tortura, torturadores, instauração de regime ditatorial ou ruptura institucional, incluindo de forma virtual. Caso o crime seja praticado por agentes políticos, membros do Judiciário ou Ministério Público, a pena será de seis meses a um ano, além de multa. As penas serão aumentadas em 50% se o autor utilizar perfis falsos em redes sociais para divulgar o conteúdo.

A relatora Teresa Leitão destacou a importância da proposta no contexto atual de aumento da polarização política, alertando para discursos violentos que promovem a volta da ditadura militar e exaltam figuras ligadas a atos de tortura. Segundo a senadora, tais manifestações estimulam a formação de grupos radicais contrários à democracia e à ordem constitucional.

Rogério Carvalho, autor do projeto, ressaltou a diferença entre liberdade de expressão e apologia ao crime, afirmando que a liberdade de expressão é um direito fundamental em uma democracia, mas que deve ter limites. Ele argumentou que certos discursos podem incitar grupos radicais que disseminam ódio sob o pretexto de liberdade de pensamento.

Dessa forma, a proposta aprovada pela Comissão de Defesa da Democracia do Senado representa um importante passo na proteção dos valores democráticos e no combate à apologia à tortura e aos regimes ditatoriais. É fundamental que medidas como essa sejam tomadas para garantir o respeito aos direitos humanos e a preservação da democracia no Brasil.

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