Segundo o pesquisador, ao observar cidades como Maceió, Salvador e Rio de Janeiro de cima, é possível notar padrões habitacionais populares, favelas e ilhas que revelam a segregação existente. Essa divisão no território remonta a desigualdades estruturais presentes ao longo dos cinco séculos de formação territorial do Brasil, resultando em bairros e cidades onde pessoas negras são frequentemente relegadas às áreas mais periféricas.
A existência dos quilombos, historicamente invisibilizados pela sociedade brasileira, é apontada por Sanzio como uma forma de resistência territorial, social, econômica e política. Essas comunidades, que não foram devidamente reconhecidas ao longo da história oficial do país, representam um importante aspecto da formação do território brasileiro.
A segregação espacial, que se manifesta na divisão entre áreas urbanas e rurais, reflete a falta de oportunidades e a exclusão enfrentada pelas comunidades quilombolas ao longo dos anos. A resistência desses grupos é fundamental para ampliar a compreensão da história do Brasil e promover a inclusão de suas culturas nas narrativas educacionais.
Diante desse cenário, a importância de estudar e valorizar os territórios quilombolas e outras culturas negras nas aulas de geografia é ressaltada por Sanzio. Ele destaca a necessidade de desconstruir preconceitos e promover uma reflexão mais abrangente sobre a diversidade étnico-racial do Brasil, contribuindo para uma sociedade mais democrática e inclusiva.