Segregação espacial no Brasil: análise geográfica revela divisão urbana e rural persistente no território brasileiro.

O geógrafo Rafael Sanzio, professor da Universidade de Brasília (UnB), realizou mapeamentos e análises cartográficas que evidenciam a segregação espacial presente nas cidades brasileiras, tanto urbanas quanto rurais. Em suas pesquisas, Sanzio destaca a formação de comunidades quilombolas e a distribuição desses locais pelo país.

Segundo o pesquisador, ao observar cidades como Maceió, Salvador e Rio de Janeiro de cima, é possível notar padrões habitacionais populares, favelas e ilhas que revelam a segregação existente. Essa divisão no território remonta a desigualdades estruturais presentes ao longo dos cinco séculos de formação territorial do Brasil, resultando em bairros e cidades onde pessoas negras são frequentemente relegadas às áreas mais periféricas.

A existência dos quilombos, historicamente invisibilizados pela sociedade brasileira, é apontada por Sanzio como uma forma de resistência territorial, social, econômica e política. Essas comunidades, que não foram devidamente reconhecidas ao longo da história oficial do país, representam um importante aspecto da formação do território brasileiro.

A segregação espacial, que se manifesta na divisão entre áreas urbanas e rurais, reflete a falta de oportunidades e a exclusão enfrentada pelas comunidades quilombolas ao longo dos anos. A resistência desses grupos é fundamental para ampliar a compreensão da história do Brasil e promover a inclusão de suas culturas nas narrativas educacionais.

Diante desse cenário, a importância de estudar e valorizar os territórios quilombolas e outras culturas negras nas aulas de geografia é ressaltada por Sanzio. Ele destaca a necessidade de desconstruir preconceitos e promover uma reflexão mais abrangente sobre a diversidade étnico-racial do Brasil, contribuindo para uma sociedade mais democrática e inclusiva.

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