Seca severa em Alter do Chão, no Pará, ameaça fauna e flora; vitórias-régias secas ilustram cenário devastador

A região Norte do Brasil enfrenta uma seca extrema que tem afetado a fauna e a flora de rios, lagos e igarapés, como é o caso de Santarém, no oeste do Pará. Um dos símbolos da Amazônia, a vitória-régia, tem sido uma das vítimas dessa situação, com exemplares da planta aparecendo secos e até mortos nos leitos esvaziados.

O cenário turístico de Alter do Chão, conhecido como o “Caribe da Amazônia”, tem sofrido com a seca, com catraias estacionadas e turistas tendo que atravessar o canal a pé, antes cheio de plantas aquáticas e agora apresentando uma paisagem cinza devido à falta d’água. A chef de cozinha Dulce Oliveira, moradora da região há dez anos, descreve a situação como a maior seca dos últimos 50 anos e expressa sua tristeza diante do impacto devastador que a estiagem trouxe.

Dona Dulce, especialista em preparar pratos com plantas comestíveis da Amazônia, incluindo vitórias-régias, decidiu documentar as plantas mortas como um alerta para a problemática da falta d’água na região. Ela também aponta o impacto econômico da seca, com seu restaurante fechado há um mês e o risco de só reabrir durante o Natal. O meio de transporte mais utilizado na região, o barco, deu lugar a carroças e motocicletas devido à baixa nos níveis dos rios.

A situação de emergência provocada pela estiagem levou 21 municípios do Pará a terem a sua condição reconhecida pelo governo federal, o que possibilita a liberação de recursos para implementação de medidas de socorro e assistência. O prefeito de Santarém esteve reunido com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, buscando assistência humanitária e acesso à água potável para a população afetada.

Diante desse cenário preocupante, é fundamental a conscientização e a adoção de medidas urgentes para lidar com os impactos da seca na região amazônica, preservando não apenas a flora e a fauna, mas também a vida e a cultura das comunidades locais.

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