Segundo informações do Cemaden, a falta de chuva é resultado da influência do El Niño do ano anterior e do modo zonal do Atlântico, que causa o resfriamento das águas oceânicas na costa africana, enfraquecendo o fluxo de ventos úmidos em direção ao Brasil.
Essas condições climáticas adversas têm contribuído para um aumento significativo no número de focos de incêndio em todo o país. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam um aumento de 78% nos registros de incêndios em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A pesquisadora Ana Paula Cunha, do Cemaden, ressalta que a falta de chuvas é um dos principais fatores que favorecem a propagação do fogo durante o período de seca. Ela destaca a importância de repensar as práticas de manejo agrícola, especialmente em anos de extrema seca e altas temperaturas.
Além disso, a professora Nathalie Tissot Boiaski, da Universidade Federal de Santa Maria, aponta que eventos climáticos naturais, como o El Niño e o modo zonal do Atlântico, estão sendo agravados pela emissão de gases de efeito estufa, intensificando os efeitos da seca no Brasil.
Diante desse cenário preocupante, é importante repensar políticas e práticas que possam mitigar os impactos das mudanças climáticas e preservar os ecossistemas brasileiros. A conscientização e a adoção de medidas sustentáveis são essenciais para enfrentar os desafios impostos pela seca e pelos incêndios florestais que assolam o país.