Sargento da PM é condenado a 45 anos de prisão por matar colegas a tiros em batalhão de SP

No último julgamento, o sargento Claudio Henrique Frare Gouveia, da Polícia Militar, foi condenado a 45 anos de prisão em regime fechado pelos homicídios de dois colegas de trabalho. O crime ocorreu no prédio da 3ª Companhia do 50º BPMI, em Salto, no interior de São Paulo. O Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo foi responsável pela condenação, mas ainda cabe recurso.

A sessão de julgamento aconteceu na 4ª Auditoria Militar do TJM, em São Paulo, e teve início às 14h15 e término às 17h40. O juiz José Álvaro Machado Marques presidiu a sessão, que contou com o depoimento do réu através de videoconferência no presídio militar Romão Gomes.

O advogado Rogério Augusto Dini Duarte, representante de Gouveia, afirmou que irá recorrer da decisão, alegando que a condenação foi contrária às provas presentes nos autos. Segundo o advogado, o sargento agiu em legítima defesa.

Os crimes ocorreram em maio, motivados por divergências relacionadas à escala de trabalho. Logo após cometer os homicídios, o sargento se entregou e está detido no Presídio Militar Romão Gomes.

Em um vídeo gravado logo após o crime, com o PM já algemado, Gouveia fez declarações indicando problemas pessoais, afirmando que não aguentava mais, que seu casamento havia acabado e que o motivo do crime foi a destruição de sua vida. Segundo o réu, ninguém tomou providências para resolver a situação.

De acordo com os autos, nove tiros de fuzil foram disparados contra uma das vítimas, enquanto a outra foi atingida por quatro tiros. O capitão Josias Justi da Conceição Junior, que comandava a base da PM em Salto, deixou esposa e dois filhos, enquanto o 2º sargento Roberto Aparecido da Silva deixou esposa e três filhos.

Antes do episódio, Gouveia era conhecido por seu comportamento gentil e também tinha hobbies como jogar hóquei e ser instrutor de patinação.

A defesa do réu afirma que a condenação foi injusta e que irá recorrer, buscando reverter a sentença. O caso chocou a comunidade policial e trouxe à tona questões importantes sobre a saúde mental dos agentes de segurança pública. A decisão do Tribunal de Justiça Militar será aguardada com atenção.

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