A presidente da frente parlamentar, vereadora Elaine do Quilombo Periférico (PSOL), destacou a relação entre a questão das drogas e o impacto direto na população negra, ressaltando que a maioria dos presos relacionados ao tema é negra. Ela apontou o programa Smart Sampa, da Prefeitura de São Paulo, que tem instalado câmeras de reconhecimento facial na cidade, como um dos motivadores para a criação da frente.
Durante a reunião, os participantes debateram como as tecnologias utilizadas na chamada “Guerra às Drogas”, como o reconhecimento facial, acabam prejudicando a população negra e reforçando as desigualdades e o racismo na sociedade. O Ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, Cláudio Aparecido Silva, ressaltou a necessidade de revisão das leis referentes ao uso de drogas, destacando que a legislação brasileira atual fortalece o racismo estrutural.
Juliana Borges, representante da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, enfatizou a relação entre a guerra às drogas e o desenvolvimento de tecnologias com viés racista, como o reconhecimento facial que possui falhas com pessoas negras. A organizadora da Marcha da Maconha de São Paulo, Diva Sativa, ressaltou a importância de ações de resistência para minimizar os impactos negativos dessa guerra na população negra.
Além disso, participaram da discussão outros especialistas, como a advogada Cecilia Galicio, o doutor em Neurociências Renato Filev e a agente de redução de danos Nathielly Janutte. A reunião marcou o encerramento das atividades da Frente Parlamentar contra Tecnologias Racistas, com a elaboração de um relatório que será lançado em junho na Câmara de São Paulo.
A criação da Frente Parlamentar teve como objetivo principal analisar os impactos das tecnologias discriminatórias na população negra de São Paulo, buscando identificar soluções para mitigar esses efeitos. O vídeo completo da reunião pode ser acessado através do link disponibilizado.