SÃO PAULO – Brasil estará entre os países mais afetados pelo Alzheimer: pesquisa aponta preocupação com o futuro da saúde global.

Segundo o relatório mundial de Alzheimer de 2021 da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está entre os países mais afetados pela doença no futuro. Com cerca de 1,2 milhão de pessoas sofrendo de demência no país, a estimativa é de que mais de 130 milhões de pessoas em todo o mundo estarão vivendo com a doença até 2050, o que indica uma crise global de saúde cada vez mais alarmante.

A docente Mônica Yassuda, especialista em Gerontologia da Universidade de São Paulo (USP), destaca a ligação entre fatores socioeconômicos e ambientais no desenvolvimento do Alzheimer. Países de baixa renda têm dificuldade em fornecer educação de qualidade, cuidados de saúde e alimentação adequada à população, o que contribui para o aumento dos casos da doença.

De acordo com a professora, existem fatores genéticos e ambientais que influenciam o desenvolvimento do Alzheimer, sendo que a baixa escolaridade é um dos principais fatores de risco no Brasil, juntamente com a hipertensão e a perda auditiva. Estudos indicam que mais de 50% dos casos de demência no país são relacionados ao Alzheimer, e outros fatores de risco incluem sedentarismo, tabagismo, obesidade, e diabetes.

A doença de Alzheimer afeta gradualmente o desempenho cognitivo e as atividades diárias dos indivíduos, com sintomas que se manifestam em três fases distintas: leve, moderada e avançada. Isso gera impactos não só para os indivíduos, mas também para a sociedade, que terá que lidar com um aumento nos gastos com saúde pública e a necessidade de oferecer cuidados adequados.

Embora não haja cura para o Alzheimer, medicamentos recentes têm demonstrado reduzir o ritmo de declínio cognitivo em cerca de 30%. Além disso, a promoção de um estilo de vida saudável e ativo tem sido valorizada como medida preventiva. Estudos como o LatAm-FINGERS estão testando a eficácia de protocolos de atividade física, exercícios cognitivos, dieta e controle de doenças crônicas na prevenção da doença.

Diante desse cenário alarmante, é fundamental que tanto a sociedade quanto os governos estejam engajados em campanhas educativas e de conscientização sobre o Alzheimer, a fim de construir espaços mais inclusivos e promover um envelhecimento saudável para a população. Ações nesse sentido são essenciais para lidar com o desafio crescente que a doença representa para a saúde pública e o bem-estar social.

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