A docente Mônica Yassuda, especialista em Gerontologia da Universidade de São Paulo (USP), destaca a ligação entre fatores socioeconômicos e ambientais no desenvolvimento do Alzheimer. Países de baixa renda têm dificuldade em fornecer educação de qualidade, cuidados de saúde e alimentação adequada à população, o que contribui para o aumento dos casos da doença.
De acordo com a professora, existem fatores genéticos e ambientais que influenciam o desenvolvimento do Alzheimer, sendo que a baixa escolaridade é um dos principais fatores de risco no Brasil, juntamente com a hipertensão e a perda auditiva. Estudos indicam que mais de 50% dos casos de demência no país são relacionados ao Alzheimer, e outros fatores de risco incluem sedentarismo, tabagismo, obesidade, e diabetes.
A doença de Alzheimer afeta gradualmente o desempenho cognitivo e as atividades diárias dos indivíduos, com sintomas que se manifestam em três fases distintas: leve, moderada e avançada. Isso gera impactos não só para os indivíduos, mas também para a sociedade, que terá que lidar com um aumento nos gastos com saúde pública e a necessidade de oferecer cuidados adequados.
Embora não haja cura para o Alzheimer, medicamentos recentes têm demonstrado reduzir o ritmo de declínio cognitivo em cerca de 30%. Além disso, a promoção de um estilo de vida saudável e ativo tem sido valorizada como medida preventiva. Estudos como o LatAm-FINGERS estão testando a eficácia de protocolos de atividade física, exercícios cognitivos, dieta e controle de doenças crônicas na prevenção da doença.
Diante desse cenário alarmante, é fundamental que tanto a sociedade quanto os governos estejam engajados em campanhas educativas e de conscientização sobre o Alzheimer, a fim de construir espaços mais inclusivos e promover um envelhecimento saudável para a população. Ações nesse sentido são essenciais para lidar com o desafio crescente que a doença representa para a saúde pública e o bem-estar social.