Ruptura política entre Bolsonaro e Witzel é marcada por acusações e desentendimentos após aliança surpreendente nas eleições do RJ.

O ex-juiz federal Wilson Witzel foi eleito governador do Rio de Janeiro em 2018, surpreendendo Eduardo Paes e Romário. Sua vitória foi apoiada pela narrativa de candidato “outsider” e por um discurso duro em relação à segurança pública e ao combate à corrupção. Witzel soube capitalizar a popularidade de Jair Bolsonaro, então candidato à Presidência, e a relação entre os dois políticos foi peça-chave para sua campanha bem-sucedida.

No entanto, menos de um ano após o início dos mandatos de ambos, a relação entre Witzel e Bolsonaro azedou. Um áudio vazado de uma reunião entre Bolsonaro, o general Augusto Heleno e o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem revelou acusações contra Witzel. Segundo Bolsonaro, o ex-governador teria tentado negociar uma vaga no Supremo Tribunal Federal em troca de interferir na investigação das “rachadinhas” envolvendo Flávio Bolsonaro.

Witzel, por sua vez, negou as acusações, afirmando que Bolsonaro “deve ter se confundido”. O rompimento entre os dois políticos foi uma reviravolta dramática, já que durante a campanha Witzel havia se colocado como um aliado do governo Bolsonaro. A relação entre os dois foi intermediada por Flávio Bolsonaro, filho do presidente, e foi fundamental para a vitória de Witzel nas eleições estaduais.

Agora, com os ânimos exaltados e acusações mútuas sendo lançadas, a relação que um dia foi de aliados políticos se transformou em desavença pública. Witzel, que já havia manifestado o desejo de se candidatar à presidência após seu mandato como governador, agora se vê envolvido em polêmicas que podem comprometer sua carreira política. Resta aguardar os desdobramentos desse conflito entre dois protagonistas da política brasileira.

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