De acordo com os números apresentados, dos 65.176 acidentes notificados no país, 34.650 ocorreram em rodovias sob gestão pública, enquanto 30.526 aconteceram em estradas concedidas. Apesar disso, desde 2018, o número de acidentes de trânsito vem aumentando nas estradas concedidas e diminuindo naquelas sob gestão pública.
Para o professor associado da Fundação Dom Cabral, Ramon Victor Cesar, os dados indicam que, embora o número absoluto de acidentes tenha aumentado mais nas estradas concedidas, as taxas de acidentes e de gravidade continuam sendo mais elevadas nas rodovias sob gestão pública.
Em entrevista, o pesquisador explicou que o aumento de acidentes nas estradas sob concessão pode estar relacionado a dois fatores principais. Um deles é o maior investimento em manutenção e conservação das estradas públicas nos últimos anos, enquanto o outro deriva do fato de que muitas concessões são recentes e as empresas não tiveram tempo suficiente para melhorar a qualidade das rodovias concedidas.
Além disso, o estudo apontou que a gravidade dos acidentes vem diminuindo, com um aumento de 12,6% na taxa de casos com feridos, mas uma redução de 9,1% na categoria de registros envolvendo mortes. Isso pode ser atribuído a fatores como maior controle de velocidade e melhorias na infraestrutura, como a duplicação de estradas.
Os estados de Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná foram os mais afetados por acidentes em rodovias federais, sendo o Paraná o líder em sinistros graves. As rodovias BR-101 e BR-116 foram as que apresentaram maior número de acidentes e maior taxa de gravidade.
Para combater a alta incidência de acidentes, o professor ressaltou a importância de melhorar a infraestrutura, investir em fiscalização, educação de trânsito e garantir a aplicação da legislação de trânsito de forma séria e consistente. A segurança nas estradas federais é uma questão crucial que requer a atenção e ação conjunta de autoridades e sociedade.