Apesar do discurso do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sobre a produção sustentável de alimentos, a região onde ocorreu a reunião estava envolta em fumaça devido às queimadas recordes que assolam o país neste ano. Mato Grosso lidera o ranking de focos de incêndio, segundo dados do Inpe, o que compromete a imagem do Brasil no exterior e serve como alerta para a necessidade de medidas para conter a degradação ambiental.
A escolha de Mato Grosso para sediar a reunião foi estratégica, já que o estado é o maior produtor agropecuário do país, mas também um dos maiores desmatadores da Amazônia. O aumento das queimadas, relacionadas à expansão das áreas de pastagens e agricultura, reflete um cenário preocupante de destruição ambiental.
A população local tem enfrentado consequências diretas das queimadas, como problemas respiratórios e impactos econômicos devido ao fechamento de pontos turísticos. A realização da reunião do G20 em meio a esse contexto gerou críticas de especialistas, que apontam a contradição entre o discurso de sustentabilidade do agronegócio e a realidade de degradação ambiental.
O G20, fórum que reúne as principais economias do mundo, tem como objetivo promover a cooperação econômica global. O Brasil assumiu a presidência do G20 em 2023, abordando temas como mudanças climáticas e segurança alimentar. A reunião dos ministros da Agricultura em Mato Grosso foi uma preparação para a cúpula principal do grupo, que acontecerá em novembro. É fundamental que essas discussões levem em consideração a urgência da crise climática e a necessidade de ações concretas para preservar o meio ambiente e garantir o futuro sustentável do planeta.