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Reunião de conciliação sobre emendas parlamentares termina sem acordo, e pagamentos seguem bloqueados pelo STF. A pressão por liberação dos recursos aumenta.

Em reunião de conciliação convocada pelo ministro do STF Flávio Dino nesta quinta-feira (10), as discussões sobre as emendas parlamentares encerraram sem um acordo. Com isso, os pagamentos das emendas impositivas individuais, das emendas de comissão e das emendas Pix permanecem bloqueados. O ministro havia determinado a suspensão dessas modalidades de emendas ao Orçamento em agosto, decisão posteriormente confirmada pelo plenário do STF.

As emendas parlamentares são modificações feitas na Lei Orçamentária Anual pelos legisladores para destinar recursos federais às cidades onde estão localizados seus eleitores. Com o bloqueio das emendas, os pagamentos já estavam interrompidos devido às eleições municipais, pois a Lei das Eleições proíbe transferências voluntárias da União para os municípios nos três meses anteriores à votação. Agora, com o fim da vedação eleitoral, espera-se que o Congresso pressione pela liberação dos recursos.

Na reunião, que não contou com a presença de Flávio Dino, juízas auxiliares e representantes da Câmara, Senado, AGU, CGU e PGR estiveram presentes. Durante o encontro, os representantes do Congresso reiteraram a falta de informações sobre as emendas de relator, consideradas inconstitucionais pelo STF. A CGU destacou que os ofícios entregues pelo Legislativo mostram apenas os “padrinhos” de 44% dos recursos liberados pelo Orçamento Secreto, com os outros 56% ainda ocultos.

Flávio Dino ressaltou a gravidade do descumprimento da decisão que declarou a inconstitucionalidade do orçamento secreto, mantendo a suspensão das emendas de comissão e das emendas de relator. Ele afirmou que o restabelecimento da plena execução das emendas parlamentares só será possível quando Legislativo e Executivo atenderem às determinações judiciais.

O ministro destacou a necessidade de medidas efetivas para identificar a autoria das emendas e garantir transparência e rastreabilidade aos repasses. Dino aguarda a apresentação de documentos e uma nova lei compatível com a Constituição para levar o caso novamente ao Plenário do STF. Espera-se que o Legislativo e o Executivo cumpram as determinações para resolver a controvérsia das emendas parlamentares com a brevidade necessária.

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