De acordo com o réu confesso, a mensagem foi enviada por um homem conhecido como Jomarzinho, filho de um policial federal aposentado com ligações com os irmãos Brazão, apontados como mandantes do crime. Mesmo ciente da operação iminente, Lessa foi surpreendido pela chegada dos policiais civis em seu condomínio na Barra da Tijuca, onde se preparava para sair.
Durante o depoimento, Lessa também revelou que o objetivo por trás do assassinato de Marielle teria sido evitar que a Polícia Federal assumisse a investigação, direcionando-a para a Polícia Civil, comandada por Rivaldo Barbosa, ex-chefe da polícia e um dos acusados no caso. O ex-policial admitiu ter monitorado o endereço do ex-marido de Marielle a pedido dos mandantes, até descobrir que ela não morava mais lá e passar a vigiar a Casa das Pretas, onde a vereadora foi assassinada.
Mais chocante ainda foi a declaração de Lessa de que foi contagiado pela promessa dos irmãos Brazão de dois terrenos na Zona Oeste do Rio, avaliados em R$ 25 milhões, em troca do crime. A ambição criminosa levou o acusado a se envolver em um dos crimes mais notórios e chocantes da história recente do Brasil.
O processo envolve ainda outros acusados, como o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, seu irmão Chiquinho Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira, todos respondendo por homicídio e organização criminosa. Com cerca de 70 testemunhas aguardadas para depor, o desfecho dessa história trágica ainda está longe de ser decidido.