Durante esses anos, a família sobreviveu da coleta de castanha do Pará e açaí. No entanto, um comprador ofereceu a eles a oportunidade de voltar à produção de borracha, prometendo pagar não apenas pelo produto, mas também por serviços ambientais, incentivando a preservação da floresta. Assim, os irmãos seringueiros retomaram a produção de borracha, tornando-a uma parte crucial de sua renda anual.
A seringueira, conhecida como a “mãe” da floresta por seu látex, é parte fundamental da economia amazônica. Apesar das dificuldades enfrentadas ao longo dos anos, novos arranjos entre o setor privado e associações de extrativistas estão impulsionando a produção de borracha nativa, reconhecida como um produto sustentável. Empresas renomadas, como a Vert/Veja e a Michelin, têm se comprometido a comprar borracha nativa da Amazônia, pagando valores mais altos e garantindo a conservação da floresta.
A valorização da borracha amazônica está inserida em um contexto mais amplo de bioeconomia, que visa desenvolver uma economia ética e sustentável, mantendo a floresta em pé. A bioeconomia tem o potencial de impulsionar o desenvolvimento local e reduzir a pobreza na Amazônia, desde que sejam superados os desafios enfrentados pelos seringueiros, como a falta de acesso ao mercado e capacitação.
Com metas ambiciosas de aumentar a produção de borracha nativa na Amazônia nos próximos anos, a mobilização de empresas, ONGs e governos é essencial para garantir o sucesso desse modelo econômico. A esperança é que, com incentivos adequados, as comunidades tradicionais da floresta possam retomar suas atividades extrativistas e preservar a identidade e os territórios de seus antepassados.
