Além de “Também Somos Irmãos”, outros três filmes brasileiros também passaram por um processo de restauração que ressaltou a qualidade das imagens e sons originais. Um deles é “Onda Nova”, dirigido por Ícaro Martins e José Antonio Garcia em 1983, que já foi exibido nesta edição da mostra. Outro destaque é “Abismu”, de 1977, dirigido por Rogério Sganzerla, que mescla diversos elementos do cinema nacional em uma narrativa experimental.
Outro filme que ganhou destaque na mostra foi “Um É Pouco, Dois É Bom”, de 1970, dirigido por Odilon Lopez e com a participação de Luis Fernando Verissimo na escrita dos diálogos. Esta obra é considerada um marco do cinema negro brasileiro, que sempre lutou por reconhecimento e espaço no cenário cinematográfico nacional.
A importância do restauro de “Também Somos Irmãos” vai além da preservação do patrimônio cultural brasileiro. A Cinemateca Brasileira teve um papel fundamental nesse processo, resgatando um filme que estava quase perdido para sempre. A restauração digital permitiu que o público contemporâneo pudesse apreciar a qualidade artística e a mensagem impactante desta obra singular.
Com atuações marcantes e uma narrativa que aborda temas atemporais, “Também Somos Irmãos” destaca-se como um dos primeiros filmes brasileiros a retratar de forma realista a vida nas favelas e as desigualdades sociais. O filme também evidencia o talento de Grande Otelo, que brilha na tela e se consagra como um dos maiores atores do cinema brasileiro.
Em tempos onde a preservação da memória cinematográfica se faz cada vez mais necessária, o restauro de obras como “Também Somos Irmãos” ganha um significado especial, resgatando não apenas um filme, mas também parte da história e da cultura do Brasil. A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo mais uma vez reafirma seu compromisso em celebrar e preservar o cinema nacional em todas as suas formas e manifestações.
