O Relatório Anual de Ruído de 2023, divulgado pela empresa Aena, aponta que as reclamações de barulho no bairro do Ibirapuera estão fora das curvas de ruído estabelecidas no Plano Específico de Zoneamento de Ruído de Congonhas. Essa situação delicada pode ser resultado da reorganização do espaço aéreo implementada pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) em um projeto chamado TMA-SP NEO, que busca minimizar o impacto sonoro das aeronaves durante decolagens.
Apesar do esforço em reduzir o ruído das aeronaves, surgiram reclamações de moradores de bairros como Itaim Bibi, Vila Nova Conceição e Paraíso, que passaram a sofrer com o barulho das turbinas e hélices dos aviões. Uma empresa contratada pela Infraero apontou essa migração do ruído durante uma reunião da comissão de gerenciamento de ruído aeronáutico de Congonhas em agosto de 2023.
Diante desse cenário, um grupo de oito associações de bairros moveu uma ação para tentar frear a concessão do aeroporto, alegando diversos efeitos negativos, como aumento do trânsito e do barulho. A situação se tornou tão complexa que o Ministério Público Federal recomendou à Prefeitura de São Paulo considerar o estudo sobre ruídos em Congonhas para regulamentar a ocupação do entorno, visando reduzir os impactos sonoros causados pelo tráfego aéreo. A Procuradoria-Geral do Município receberá o ofício do MPF e analisará as medidas propostas.
Este imbróglio envolvendo as rotas aéreas, o barulho dos aviões e o impacto nos bairros vizinhos ao Aeroporto de Congonhas mostra como a questão do espaço aéreo e do ruído aeronáutico é complexa e requer constante monitoramento e diálogo entre as partes envolvidas. A busca por soluções que conciliem o funcionamento do aeroporto com o bem-estar dos moradores é essencial para garantir uma convivência harmônica e sustentável.