Relembre os 10 momentos relacionados ao PCC, incluindo motins, ataques e fuga em massa, que marcaram a história.

O Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do país, foi fundado em 31 de agosto de 1993 por oito presos na Casa de Custódia de Taubaté, a cerca de 130 km de São Paulo. A ideia inicial do grupo era combater a opressão no sistema prisional paulista e vingar a morte de 111 detentos no massacre do Carandiru. Ao longo dos anos, a organização expandiu suas atividades de forma exponencial, estabelecendo ramificações em outros países da América Latina e lucrando com o tráfico de drogas em diferentes continentes.

Para alcançar seu atual nível de poder, o PCC recorreu a métodos violentos, atacando instituições e outras facções criminosas adversárias, provocando massacres nos presídios do país. A história do grupo está marcada por diversos momentos de atuação intensa. Em 2001, ocorreu o primeiro grande motim coordenado pelo PCC em penitenciárias de 30 municípios de São Paulo. Durante o horário de visita, os membros do PCC fizeram reféns cerca de 10 mil familiares que estavam nas prisões, exibindo lemas e a sigla da facção nas janelas do Carandiru.

Um dos episódios mais notórios da atuação do PCC foi a onda de violência conhecida como “Crimes de Maio” em 2006. Durante 10 dias, o estado de São Paulo viveu uma série de rebeliões em presídios, centros de detenção provisória, cadeias públicas, além de ataques contra forças policiais, delegacias e agências bancárias. Os ataques resultaram em 564 mortes, incluindo civis e agentes públicos. Um relatório da Universidade Federal do Rio de Janeiro identificou indícios de participação de policiais em alguns dos assassinatos.

O PCC também expandiu suas atividades para além das fronteiras brasileiras. Em 2016, o grupo organizou um ataque no Paraguai visando eliminar um intermediário em sua expansão internacional. Jorge Rafaat Tomauni, conhecido como o “Rei da Fronteira”, foi assassinado em uma emboscada na cidade de Pedro Juan Caballero. O PCC não queria pagar pedágio a ele pelo tráfico de drogas na região.

A disputa territorial entre o PCC e facções rivais, como o Comando Vermelho, resultou em uma guerra sangrenta em diversas regiões do Brasil. Em 2017, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, foi palco de uma das batalhas mais violentas. Após uma invasão de membros do Comando Vermelho, 56 presos, a maioria ligada ao PCC, foram brutalmente assassinados. O PCC, em retaliação, atacou oponentes do Comando Vermelho em uma prisão de Boa Vista, matando 33 deles.

O PCC continua a exercer um poderoso domínio no cenário criminal brasileiro, com uma extensa história de violência e atuação em diversas partes do país. Os eventos mencionados são apenas alguns exemplos da influência e da brutalidade do grupo ao longo de seus 30 anos de existência. A facção ainda representa um desafio fundamental para as autoridades de segurança, que buscam encontrar formas eficazes de combater essa organização criminosa multifacetada e perigosa.

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