A WWF, conhecida por seu trabalho na preservação da natureza e na redução do impacto humano no meio ambiente desde 1961, chama a atenção para a gravidade da situação. Populações de elefantes em florestas tropicais e tartarugas-de-pente na Grande Barreira de Corais estão diminuindo de forma alarmante, sendo apenas alguns exemplos do cenário preocupante descrito no relatório.
Os dados apresentados revelam que a América Latina e o Caribe foram os locais mais afetados, com uma redução de 95% nas populações de vida selvagem. Na África, a diminuição foi de 76%, enquanto na Ásia-Pacífico foi de 60%. O relatório alerta que os próximos cinco anos serão cruciais para determinar o futuro da vida na Terra.
O Índice Planeta Vivo, fornecido pela Sociedade Zoológica de Londres e presente no relatório da WWF, destaca quase 35 mil tendências populacionais de 5.495 espécies, abrangendo aves, mamíferos, anfíbios, répteis e peixes desde 1970 até 2020. Os ecossistemas de água doce apresentaram a maior redução, com uma queda de 85%, seguidos pelos ecossistemas terrestres, com uma redução de 69%, e pelas populações marinhas, que caíram 56%.
O relatório aponta a exploração desenfreada de recursos naturais, as espécies invasoras, a poluição e as doenças como principais causas desse declínio alarmante nas populações de vida selvagem. Mike Barrett, consultor científico do WWF, alerta que a ação humana, especialmente no que se refere à produção e consumo de alimentos, tem contribuído significativamente para a perda de habitats naturais.