Relatório da Defesa Civil de Maceió aponta dimensões assustadoras de cratera após colapso de mina e inviabilidade de monitoramento de outras.

O relatório da Defesa Civil de Maceió revelou detalhes impressionantes sobre a cratera aberta sob a lagoa Mundaú, após o colapso da mina 18, que tem preocupado a população da região. Segundo o documento, a cratera possui 78 metros de comprimento, 46 metros de largura e 7 metros de profundidade, o que equivale a cerca de metade da área de um campo de futebol oficial e quase dez vezes o volume de uma piscina olímpica.

Além disso, o documento indicou a impossibilidade de monitoramento de outras três minas, o que levanta preocupações adicionais sobre a segurança e estabilidade da região afetada. O relatório foi enviado para a empresa responsável pela mineração, a Braskem, e também encaminhado para o Ministério Público Federal, de acordo com as informações reveladas pela TV Gazeta de Alagoas e confirmadas pela Folha.

De acordo com relatório do Serviço Geológico do Brasil, as ações de mineração da Braskem, ao longo de décadas, foram responsáveis por um afundamento que já afeta cerca de 20% de Maceió, especificamente em cinco bairros: Pinheiro, Farol, Mutange, Bebedouro e Bom Parto. Desde 2018, as rachaduras na cidade têm afetado cerca de 60 mil pessoas, com 14 mil residências dentro da área de evacuação.

A Defesa Civil recomendou à Braskem a ampliação da malha de cones de reflexão para adquirir dados próximos às margens da lagoa, a fim de melhorar a visualização dos dados de deslocamento. Além disso, alertou para a inviabilidade de monitoramento das minas 20, 21 e 29, onde será necessário instalar um equipamento em uma cavidade fora da lagoa, via cabo operado por um caminhão.

O relatório também revelou a redução do nível operacional de alerta para o nível de atenção, um patamar inferior, embora ainda com risco de colapso alto. A Defesa Civil destacou a importância de que a Braskem retome as atividades suspensas ou paralisadas, como as demolições emergenciais, retorno às atividades de segurança privada e obras nas encostas.

Entretanto, o relatório também aponta desafios adicionais, como a invasão de vândalos na área de monitoramento, impactando a capacidade de monitorar as cavidades de forma eficaz. O relatório foi assinado por Abelardo Pedro Nobre Junior, integrante da Coordenadoria Especial de Proteção e Defesa Civil de Maceió.

A situação na região afetada pelas minas da Braskem continua sendo motivo de grande preocupação, e o relatório da Defesa Civil oferece novas informações sobre a extensão e complexidade do problema. Com a necessidade de mais monitoramento e ações de segurança, as autoridades e a empresa responsável precisarão trabalhar juntas para lidar com esse desafio em andamento.

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