Essa ideia não é nova e remonta aos tempos da Inconfidência Mineira, quando ainda éramos colônia portuguesa. Os idealizadores desse movimento defendiam a independência política da Coroa Portuguesa, lutando por justiça, liberdade e igualdade. Embora os objetivos imediatos da Inconfidência não tenham sido alcançados, ela teve um papel fundamental na formação do Brasil atual.
Agora, surge em Minas Gerais uma proposta distinta: a criação de uma união dos Estados do Sul e Sudeste, com base no “protagonismo” dessas regiões. No entanto, essa proposta difere da Inconfidência, pois busca diminuir a justiça, liberdade e igualdade. A teoria das vaquinhas produtivas versus as improdutivas é uma forma sutil de dividir o país em dois grupos distintos.
É fato que já vivemos em um Brasil dividido e desigual, onde existe uma diferença enorme entre regiões que possuem acesso à eletricidade e cidades inteligentes, e outras que sofrem com a falta de infraestrutura básica. O discurso separatista ignora completamente o Centro-Oeste, mostrando um mapa separatista que inclui Mato Grosso no bloco Sul-Sudeste, evidenciando interesses econômicos na produção de soja e milho.
Essa divisão política e econômica poderia ser resolvida, mas teríamos que nos acostumar com diferenças culturais e geográficas ainda maiores. Teríamos duas seleções para disputar a Copa do Mundo e teríamos que lidar com enclaves como Jericoacoara, Fernando de Noronha e Trancoso pertencendo apenas ao Sul e Sudeste.
No entanto, esse momento não é propício para mais divisões. Já estamos fragmentados o suficiente e não devemos permitir que nosso país seja desmembrado ainda mais. É importante lembrar das palavras de Chico Buarque, Gilberto Gil, Lenine, Renato Russo, Caetano Veloso, Elis Regina e tantos outros artistas que celebram a unidade do Brasil.
Não devemos permitir que alguma coisa esteja fora da ordem. Devemos valorizar nossa diversidade e lutar para construir um Brasil mais justo e igualitário, onde todos sejam incluídos e tenham as mesmas oportunidades.