As consequências deste resultado são imprevisíveis e preocupantes. Pode-se esperar um aumento no fluxo de venezuelanos deixando o país, protestos massivos e um agravamento do autoritarismo já presente no regime. A Venezuela se encaminha para uma fase de extremo autoritarismo, assemelhando-se a países como Cuba e Nicarágua.
O modus operandi do regime, porém, não surpreende. Desde a contestada eleição de 2013, quando Maduro se anunciou vitorioso em um pleito controverso contra Henrique Capriles, as práticas duvidosas foram recorrentes. O líder da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, já insinuava que o resultado do CNE seria manipulado, indicando uma falta de transparência no processo.
Durante a campanha eleitoral, a oposição se mobilizou e demonstrou uma presença massiva nos centros de votação, contrastando com a postura calma do chavismo. No entanto, estratégias conhecidas do regime foram postas em prática, como atrasos na divulgação dos resultados e declarações triunfalistas antes da apuração final.
O histórico da Venezuela, desde a tentativa de golpe liderada por Hugo Chávez em 1992 até os governos de Chávez e Maduro, mostra um cenário de crescente autoritarismo e manipulação política. As eleições são apenas um reflexo desse contexto conturbado, com denúncias de perseguições, manipulações e práticas antidemocráticas.
O resultado dessas eleições, mais uma vez contestado e questionável, coloca a Venezuela em um limiar perigoso. A população venezuelana enfrenta um cenário de incerteza e instabilidade política, enquanto o regime de Maduro se consolida em uma narrativa de poder contestada por grande parte da comunidade internacional. A democracia na Venezuela parece mais distante do que nunca, em meio a um ciclo de abusos e manipulações que ameaçam a liberdade e os direitos do povo venezuelano.