Reforma tributária preocupa instituições financeiras e gera discussões com governo sobre aumento de carga tributária e judicialização.

Na última sexta-feira, dia 10, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) se reuniu com integrantes do governo para discutir o projeto de reforma tributária que foi apresentado pela equipe econômica ao Congresso no final de abril. Essa reunião foi crucial para apresentar as preocupações do setor financeiro em relação ao projeto, que segundo a Febraban, poderia resultar em um aumento da carga tributária e levar à judicialização.

A Febraban reconhece que o projeto de reforma tributária pode trazer benefícios ao reduzir o custo do crédito para as empresas. No entanto, a entidade aponta pelo menos quatro pontos críticos que precisam ser esclarecidos no projeto. Um desses pontos é a dificuldade de compreensão sobre como será calculada a alíquota da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para as empresas financeiras.

O presidente da Febraban, Isaac Sidney, enfatizou a importância de uma metodologia clara e simples para o cálculo das alíquotas, a fim de evitar aumentos na carga tributária. Ele ressaltou que qualquer aumento de carga será repassado aos tomadores de crédito, o que pode impactar negativamente as empresas e pessoas físicas.

Outro ponto de preocupação levantado pela Febraban diz respeito à possibilidade de judicialização do setor devido a interpretações da legislação. A entidade destaca a necessidade de critérios claros e exatos para o cálculo das alíquotas e para a comprovação do destino dos recursos captados pelos bancos.

Além disso, os bancos questionam a incidência do IBS e CBS sobre receitas financeiras, dividendos e participações societárias, o que consideram uma assimetria que afetará o setor bancário. Outros pontos, como a tecnologia de “split payment” e o destino do estoque de crédito de longo prazo também foram levantados durante a reunião.

Tanto o governo quanto a Febraban ainda não conseguiram calcular com precisão o impacto da reforma tributária. O Ministério da Fazenda se mostrou aberto ao diálogo com o setor financeiro e ressaltou que diversas entidades foram ouvidas durante a elaboração da proposta. No entanto, o setor financeiro permanece vigilante e busca garantias de que a metodologia da reforma tributária não trará prejuízos ao segmento.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo