A sessão no Senado foi marcada por protestos e tumultos, com manifestantes invadindo o prédio e forçando a interrupção das atividades por mais de 12 horas. Apesar das adversidades, o partido governista Morena conseguiu obter os votos necessários para aprovar a reforma, com 86 votos a favor e 41 contra.
A reforma foi vista como uma vitória para o atual presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que considera a mudança essencial para restaurar a integridade do Judiciário e garantir que ele atenda às necessidades da população, em detrimento dos interesses da elite e dos criminosos.
No entanto, a reforma também tem levantado críticas e preocupações. Alguns temem que ela coloque um poder excessivo nas mãos do partido Morena, o que poderia comprometer o Estado de Direito e prejudicar a economia do país.
Os principais parceiros comerciais do México, como os Estados Unidos e o Canadá, alertaram para os possíveis impactos negativos da reforma no pacto comercial entre os países e nos investimentos. Os mercados também reagiram negativamente à notícia, com o peso mexicano sofrendo uma desvalorização de cerca de 17% desde as últimas eleições presidenciais.
A reforma constitucional, que exige a eleição por voto popular de mais de 6,5 mil juízes e magistrados, incluindo para a Suprema Corte, também prevê outras mudanças significativas, como a redução do número de juízes da Suprema Corte e a diminuição do tempo de mandato.
A futura presidente do México, Claudia Sheinbaum, terá o desafio de lidar com as consequências da reforma, que promete ser um tema central em seu mandato. Com protestos, polêmicas e debates acirrados, a reforma judicial mexicana está longe de encerrar a polêmica em torno de suas implicações.