Repórter São Paulo – SP – Brasil

Recepcionistas dos Conselhos Tutelares de São Paulo entram em greve por atraso de salários e benefícios em contrato milionário.

Os últimos dois meses têm sido de angústia para as recepcionistas dos 52 conselhos tutelares da cidade de São Paulo. Com salários em atraso, sem receber os valores devidos de vale-transporte, vale-alimentação e vale-refeição, essas profissionais decidiram paralisar suas atividades em um ato de protesto contra a empresa responsável pelo pagamento.

As recepcionistas desempenham um papel fundamental no acolhimento das denúncias de ameaça ou violação dos direitos de crianças e adolescentes do município, o que torna a situação ainda mais delicada. Sem a devida remuneração, o cuidado e a proteção dessa população ficam comprometidos.

A empresa responsável pelos pagamentos, AM ABS LTDA, contratada por cerca de R$ 5,9 milhões pela gestão do prefeito Ricardo Nunes, encontra-se em situação delicada, sem responder aos contatos da imprensa e com processos judiciais registrados por não cumprir com suas obrigações trabalhistas em outros estados.

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, responsável pelo contrato, informou que está em processo de rescisão com a empresa e que a gestão Nunes se comprometeu a assumir o pagamento dos salários em atraso. No entanto, não foi estabelecido um prazo para a regularização da situação.

As recepcionistas afetadas relatam dificuldades financeiras significativas, como a incapacidade de pagar o transporte público para ir ao trabalho e contas em atraso, como mensalidades da faculdade e faturas do cartão de crédito.

Diante desse cenário, o descaso com as trabalhadoras e a precariedade no atendimento dos conselhos tutelares se tornam evidentes. A falta de estrutura, somada à sobrecarga de trabalho, demonstra uma negligência com a proteção das crianças e adolescentes da cidade.

A gestão Nunes alega que todas as medidas contratuais foram tomadas diante da situação da empresa contratada, porém a demora na regularização dos pagamentos e a falta de garantias quanto aos direitos trabalhistas das recepcionistas geram incertezas e angústia para essas profissionais que desempenham um papel fundamental na sociedade.

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