Segundo a Receita Federal, as fintechs envolvidas mantinham uma conta corrente denominada conta bolsão em um banco comercial, onde eram realizadas diversas transações com dinheiro de terceiros, clientes das fintechs. Essa estratégia garantia a invisibilidade dos clientes, dificultando o rastreamento da origem e destino do dinheiro pelas autoridades. As fintechs investigadas são a InovePay e a T10 Bank, sendo que a primeira negou qualquer envolvimento com atividades ilegais, enquanto a segunda ainda não se pronunciou publicamente.
A operação abrangeu várias cidades, como São Paulo, São Caetano do Sul, Osasco, Barueri, Campinas, entre outras, e resultou no cumprimento de mandados de prisão preventiva, temporária e busca e apreensão. A ação foi autorizada pela 9ª Vara Federal em Campinas e revelou que, devido à falta de rastreamento das contas, algumas pessoas conseguiam manter seu patrimônio livre de restrições judiciais.
Além disso, a investigação apontou que as fintechs também auxiliaram pessoas jurídicas devedoras, através de métodos fraudulentos, a evitar bloqueios de bens. Um dos contribuintes envolvidos, por exemplo, possui mais de R$ 254 milhões em débitos inscritos na dívida ativa da União.
Diante dos fatos apresentados, a Inove Global Group e os bancos envolvidos, como BS2 e Banco Rendimento, emitiram comunicados se colocando à disposição das autoridades e negando participação nos supostos crimes. A Inove Global Group ressaltou que é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento, e não uma instituição financeira, enquanto o BS2 e o Banco Rendimento afirmaram estar colaborando com as investigações em conformidade com a legislação vigente.
A operação Concierge revela um importante desdobramento no combate a atividades fraudulentas no sistema financeiro e destaca a necessidade de maior controle e transparência nas transações bancárias, a fim de evitar a lavagem de dinheiro e outras práticas ilegais.