Rascunho da COP28 apresenta ações para transição energética e abandono gradual dos combustíveis fósseis

A presidência da COP28, cúpula do clima da ONU (Organização das Nações Unidas), apresentou nesta segunda-feira (11) um rascunho do principal documento que deve ser adotado até o final da conferência, prevista para ser concluída na terça-feira (12). Uma das principais novidades é o abandono dos combustíveis fósseis, um dos itens mais desafiadores das negociações, que deixou de aparecer na última versão do texto.

Segundo informações adiantadas pela Folha, as negociações sofreram um retrocesso em comparação com o último rascunho do nível técnico das negociações, publicado na sexta-feira (9). Diversas opções sobre o abandono gradual dos combustíveis fósseis refletiam apenas as posições dos países a favor da medida.

Nações como Arábia Saudita, Estados Unidos e Índia, que possuem reservas à proposta, somente começaram a se posicionar em consultas informais ao longo do final de semana. O rascunho apresentado nesta segunda-feira convoca os países a agir para a redução das emissões de gases-estufa e apresenta oito itens de ações ligadas à transição energética.

Entretanto, a linguagem utilizada no enunciado sugere que as ações são apenas listadas como sugestões a serem escolhidas pelos países, o que pode complicar a definição de metas claras e obrigatórias. Dentre as ações propostas estão a triplicação de energias renováveis, a duplicação da eficiência energética, a redução do uso de carvão com emissões não compensadas e a eliminação de subsídios ineficientes para combustíveis fósseis.

A ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva, destacou a importância de incluir o desafio dos combustíveis fósseis no texto e a necessidade de criar um caminho para acelerar a transição para energias renováveis e desacelerar os combustíveis fósseis. Ela também ressaltou que o Brasil poderá conduzir a continuação desse trabalho ao assumir a presidência da COP30, em 2025.

A COP28 continuará sendo acompanhada de perto, uma vez que as decisões e acordos firmados durante esta conferência terão impactos significativos no futuro das ações de combate às mudanças climáticas e na transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis.

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