De acordo com especialistas, o Saara é conhecido por ser um dos lugares mais áridos do mundo, com precipitações anuais que raramente ultrapassam os 250 milímetros. No entanto, as recentes tempestades foram classificadas como tempestades extratropicais, o que pode significar uma mudança no clima da região nos próximos meses. O aumento da umidade no ar devido às chuvas pode provocar mais evaporação e desencadear novas tempestades.
Um dos destaques dessas chuvas foi o registro de mais de 100 milímetros em apenas 24 horas no vilarejo de Tagounite, a cerca de 450 quilômetros ao sul da capital. Além disso, satélites da Nasa identificaram a formação de rios de água no deserto, algo que não era visto há décadas.
A tempestade veio após seis anos consecutivos de seca na região, que geraram problemas de abastecimento de água e racionamento em diversas áreas do Marrocos. A abundância de chuvas pode ajudar a reabastecer os aquíferos subterrâneos e a encher os reservatórios da região, mas ainda não está claro até que ponto isso poderá aliviar a seca prolongada.
A Nasa informou que a tempestade foi associada a um ciclone extratropical, um evento extremamente raro naquela região. Estudos indicam que a chuva no deserto do Saara também está ligada a fatores como ventos fortes e anomalias na temperatura dos oceanos, que conectam o deserto à seca na Amazônia. Esses eventos climáticos extremos ressaltam a importância de um monitoramento contínuo e da atenção às mudanças climáticas em escala global.