Promotor propõe arquivamento de inquérito sobre cabo da PM suspeito de matar torcedor com munição ‘bean bag’

O promotor Rogério Leão Zagallo propôs à Justiça o arquivamento do inquérito que investiga um cabo da Polícia Militar suspeito de ser o autor do tiro com munição ‘bean bag’ que resultou na morte do torcedor são-paulino Rafael dos Santos Tercílio Garcia, 32 anos.

Segundo informações obtidas, Garcia, que era surdo e trabalhava como empacotador, foi atingido na parte de trás da cabeça, conforme indicou o laudo da perícia. O incidente aconteceu durante a comemoração dos torcedores pelo título da final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo, no dia 24 de setembro do ano passado.

Após cerca de um ano de investigação da Polícia Civil, o caso foi encaminhado à promotoria, que entendeu se tratar de um homicídio culposo, ou seja, sem intenção. A apuração realizada pela Polícia Militar também foi concluída no final de 2023, com um entendimento semelhante.

O promotor Zagallo defendeu o arquivamento da ação penal contra o cabo Wesley de Carvalho Dias, argumentando que não foi identificada qualquer responsabilidade penal por parte do policial. Ele ainda ressaltou que, embora reconheça a discussão sobre o uso de munição bean bag pela PM, este debate deve ser realizado em outra esfera, e não no inquérito em questão.

Zagallo atribui a culpa pela confusão unicamente a um grupo de torcedores, afirmando que a PM agiu para conter o tumulto. O promotor mencionou um episódio anterior em que atuou no âmbito esportivo, no qual solicitou a prisão preventiva de um suspeito pela morte de uma torcedora do Palmeiras.

A decisão de arquivamento proposta pelo promotor aguarda o parecer de um juiz. Enquanto isso, detalhes sobre as orientações da PM quanto ao uso da munição bean bag e a distância do disparo que resultou na morte de Garcia foram destacados no processo, evidenciando a complexidade do caso.

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