Promessa descumprida: USP contrata apenas 8% dos professores temporários prometidos após fim da greve dos alunos.

A Universidade de São Paulo (USP) tem enfrentado dificuldades para cumprir a promessa de contratar 148 docentes temporários, feita durante a negociação para encerrar a greve de alunos motivada pelo déficit de professores. Com cinco meses passados desde o fim da paralisação, apenas 12 novos docentes foram contratados, o que representa somente 8% do total previsto.

De acordo com levantamento realizado pela Adusp (Associação de Docentes da Universidade de São Paulo), apenas 7 das 42 faculdades da USP, localizadas na capital e no interior, realizaram contratações de docentes temporários entre setembro de 2023 e fevereiro deste ano. As demais unidades enfrentam dificuldades para preencher as vagas disponíveis.

A reitoria da universidade justificou a demora no preenchimento das vagas afirmando que o processo de contratação passa por trâmites legais e regimentais, o que pode demandar tempo. A gestão de Carlos Gilberto Carlotti Júnior ressaltou a necessidade de respeitar os prazos regimentais obrigatórios e as discussões em reuniões colegiadas para distribuição interna das vagas.

A falta de professores temporários tem causado problemas em algumas faculdades da USP, como a suspensão de aulas em disciplinas específicas. Alunos do curso de alemão da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas e graduandos da Escola de Arte Dramática têm relatado a falta de atividades devido ao déficit de docentes.

A USP tem ampliado o número de estudantes matriculados nos últimos anos, porém, a contratação de professores não tem acompanhado esse crescimento na mesma proporção. Em 2002, a instituição contava com 0,07 educador para cada aluno matriculado, enquanto em 2022 esse número caiu para 0,05, evidenciando a necessidade urgente de novas contratações para suprir a demanda crescente de estudantes.

Diante desse cenário, a USP precisa encontrar soluções para acelerar o processo de contratação de docentes e garantir uma melhoria na qualidade do ensino oferecido, respeitando o compromisso assumido durante as negociações com os alunos grevistas.

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