Projeto de lei que restringe saídas temporárias de presos em votação na Câmara dos Deputados de Brasília gera polêmica e incertezas

O Congresso Nacional está prestes a votar um projeto de lei que propõe o fim das saídas temporárias de presos em todo o país. Após 13 anos em tramitação, o texto original passou por diversas alterações e polêmicas antes de chegar ao plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília.

O projeto inicial proposto em 2011 pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) foi bastante modificado ao longo do tempo. Inicialmente, a proposta visava acabar por completo com as chamadas “saidinhas” dos detentos. No entanto, em 2014, o Senado aprovou uma versão mais flexível do projeto, permitindo que os presos em regime semiaberto pudessem sair das unidades para realizar cursos profissionalizantes e estudos.

Atualmente, os detentos em regime semiaberto têm direito a até cinco saídas por ano, com duração de até cinco dias cada uma, para visitar seus familiares. No entanto, o novo projeto de lei pretende restringir essas saídas apenas para atividades de estudo, como cursos profissionalizantes e ensino médio ou superior.

O autor do projeto, deputado Pedro Paulo, discorda das mudanças realizadas no texto ao longo do tempo. Segundo ele, a saída temporária é essencial para a ressocialização dos detentos e seu retorno gradual à sociedade. O deputado argumenta que menos de 1% dos detentos que não retornam das saídas temporárias cometem algum delito.

No entanto, o projeto em discussão no Congresso prevê também a realização de exames criminológicos para avaliar se os detentos têm condições de usufruir das saídas temporárias. Além disso, a proposta exige o uso de tornozeleira eletrônica durante essas saídas como forma de monitoramento.

Diante das mudanças significativas no projeto, a votação está prevista para ocorrer até quinta-feira (21). O relator do projeto, deputado Guilherme Derrite (PL-SP), concorda com as alterações propostas pelo Senado e prometeu celeridade na votação. No entanto, o deputado Pedro Paulo enfrenta um dilema sobre como votar, uma vez que as mudanças no texto não refletem sua proposta original.

Com a votação iminente, o Congresso Nacional se vê diante de um debate acalorado sobre a ressocialização dos detentos e a segurança pública. A decisão sobre o futuro das saídas temporárias dos presos no Brasil promete ser um ponto de grande discussão entre os parlamentares e a sociedade civil.

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