Projeto de instalação de grades no Crusp da USP gera discordância entre residentes e reitoria, gerando debate sobre segurança e controle de acesso.

Um projeto polêmico tem gerado discórdia entre os moradores do Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo, o Crusp. A proposta visa instalar grades no acesso ao local, limitando o trânsito livre na região. Enquanto a reitoria da USP argumenta que a iniciativa tem como objetivo melhorar a infraestrutura e garantir a segurança dos residentes, os moradores alegam que não foram ouvidos e que a obra pode ter outros objetivos, como identificar e expulsar moradores clandestinos.

Daniel Lustosa, presidente da AmorCrusp (Associação de Moradores do Crusp), critica a falta de diálogo entre a universidade e os residentes. Segundo ele, apenas duas reuniões foram realizadas pela Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (Prip), com pouca participação dos moradores, o que demonstra uma falta de interesse em ouvir suas demandas e preocupações.

O debate sobre a instalação das grades gerou divergências. Enquanto a Prip alega ter realizado três debates com os moradores, garantindo que suas principais preocupações foram atendidas, a AmorCrusp defende a instalação de câmeras de monitoramento como prioridade, ao invés do controle de acesso, que segundo eles, transformaria o local em uma prisão.

Outro ponto de atrito entre as partes é a presença de moradores irregulares no conjunto. Enquanto a universidade afirma que a instalação dos portões de acesso não restringirá visitas e garante a igualdade ou até mesmo a melhoria das áreas de fuga, a AmorCrusp defende um tratamento humanizado aos clandestinos e se opõe à expulsão compulsória.

Atualmente, cerca de 1.600 pessoas residem no Crusp, sendo 300 consideradas irregulares pela AmorCrusp. A divergência de opiniões e interesses entre a reitoria da USP e os moradores evidencia a complexidade e sensibilidade do tema, que continua sendo motivo de debate e apreensão entre as partes envolvidas.

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