Professores temporários em Santa Catarina ameaçados de demissão por aderirem à greve, denuncia sindicato atuante no movimento.

Professores da rede pública estadual de Santa Catarina estão enfrentando ameaças de demissão caso decidam aderir à greve em andamento desde 23 de abril. De acordo com relatos de profissionais com contratos temporários, as ameaças estariam partindo de diretores de escolas ou profissionais ligados ao governo Jorginho Mello (PL).

O Sinte-SC (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina), responsável pelo movimento grevista, tem recebido denúncias e considera ilegal a dispensa de professores temporários por aderirem à greve. A entidade está apurando todos os casos reportados.

Segundo informações recebidas pelo sindicato, há pressão e ameaças de dispensa de professores ACT’s sob a alegação de que três faltas consecutivas ou cinco alternadas justificariam a rescisão do contrato. Diante disso, a Secretaria de Educação afirmou que irá descontar os dias parados dos grevistas e contratar profissionais temporários para garantir a continuidade das aulas.

Em relação ao número de grevistas, há uma divergência entre o governo e o Sinte-SC. Enquanto o governo afirma que quase 90% dos professores continuam trabalhando, o sindicato aponta que 40% do quadro do magistério aderiu à paralisação. Uma das demandas dos grevistas é a realização de concurso público, já que mais de 70% do quadro de professores é formado por profissionais temporários.

Além disso, os trabalhadores da educação reivindicam reajuste salarial, a descompactação salarial para diferenciar os vencimentos de profissionais com mais tempo de carreira, e o fim do desconto previdenciário nos salários dos aposentados. O governo, no entanto, argumenta que a descompactação salarial custaria R$ 4,6 bilhões e violaria a Lei de Responsabilidade Fiscal, e que as demandas por reposição salarial não se sustentam diante dos dados financeiros da educação.

Apesar das divergências, o governo prevê a realização de um concurso público em junho deste ano, com a contratação de aproximadamente 10 mil profissionais. A negociação sobre as demandas dos grevistas só será retomada quando os professores retornarem às salas de aula.

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