Em contraponto ao artigo publicado pelo Vaticano, que aponta a Amazônia como responsável pela distribuição das chuvas no continente, Molion contestou essa afirmação e afirmou que não há base científica para isso. Ele ressaltou que não há contribuição de umidade da Amazônia, pois, se assim fosse, a floresta teria secado e se transformado em deserto ao longo dos milhares de anos. O professor, que possui PhD em meteorologia e pós-doutorado em hidrologia de florestas, argumentou que a umidade se origina do Oceano Atlântico.
Além disso, Molion explicou que fenômenos meteorológicos como o El Niño são os principais responsáveis pelas variações climáticas intensas, como as secas no Nordeste e no Sudeste do Brasil, que ocorrem historicamente. Ele também abordou o problema do desmatamento na Amazônia, afirmando que, embora tenha sido mais grave no passado, atualmente está em torno de 10 mil quilômetros quadrados. Segundo o professor, chegar a um ponto sem volta na destruição da floresta seria impossível devido à sua capacidade de recuperação.
Durante a audiência, o presidente da CPI das ONGs, senador Plínio Valério, elogiou a palestra de Molion e condenou a “hipocrisia global em relação ao clima”. O relator da CPI, Marcio Bittar, por sua vez, pontuou que países como a Inglaterra e os Estados Unidos utilizam as ONGs como forma de dominação e colonização político-econômica, controlando financiamentos e pressionando países a criar e ampliar reservas ambientais.
Os senadores também questionaram o mercado de carbono, citando-o como uma solução para um problema inexistente, e destacaram que a mídia não enfatiza o desmatamento em outros países, como Canadá, Rússia e Noruega. O senador Mauro Carvalho Junior afirmou que as ONGs escondem interesses comerciais por trás de suas narrativas sobre preocupação ambiental.
Em suma, a audiência pública promovida pela CPI das ONGs trouxe discussões sobre a influência da Amazônia no clima e no regime de chuvas, contestando afirmações de que a floresta seria responsável por essa distribuição. O professor Luiz Carlos Molion apresentou argumentos baseados em estudos científicos para embasar suas colocações e levantou questionamentos sobre a atuação das ONGs e o mercado de carbono. Os senadores presentes elogiaram a exposição do professor e reforçaram críticas à postura global em relação ao clima.