No ofício encaminhado à desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, presidente do TRE, Jamilson argumentou que a sua saída era necessária para garantir a celeridade nas decisões judiciais, especialmente diante do início das propagandas eleitorais. Com isso, o juiz Moacir Rogério Tortato assumiu a titularidade da 1ª Zona Eleitoral de Cuiabá.
O processo de impedimento contra Jamilson estava relacionado a um contrato assinado por ele com a Associação Mato Grossense de Cultura, no qual ele participaria de uma campanha contra a violência doméstica e de conscientização sobre a igualdade de gênero. No entanto, o projeto acabou sendo vendido para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso, com o aval do deputado estadual Eduardo Botelho, candidato à prefeitura de Cuiabá.
O juiz defendeu que sua contratação pela associação ocorreu antes do período eleitoral e da assinatura do convênio com o legislativo, destacando que não participou das negociações do termo de fomento. O parecer técnico que embasou a contratação do projeto, sem a necessidade de concorrência, foi assinado por uma assessora jurídica que atua no gabinete do deputado Botelho.
Atualmente com mais de uma década de experiência na Vara de Violência Doméstica, Jamilson já foi homenageado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e conta com prêmios e reconhecimentos do CNJ e da OAB-MT. Sua defesa prévia no pedido de impedimento destacou a busca pela imparcialidade, legalidade e ética em suas decisões ao longo dos 25 anos de trajetória na magistratura.
A polêmica envolvendo o juiz chamou a atenção da imprensa e dos órgãos judiciais, gerando debates sobre a independência judicial e a transparência no processo eleitoral. A exoneração de Jamilson Haddad Campos marca um capítulo conturbado na cena política do Mato Grosso, com desdobramentos que prometem continuar repercutindo nos próximos dias.