O gerente da pesquisa, Carlos Barradas, explicou que o excesso de chuvas no Rio Grande do Sul atrasou o plantio da nova safra, enquanto períodos de seca com temperaturas elevadas nas regiões Norte e Centro-Oeste também impactaram a produção agrícola. A cultura mais afetada foi a soja, com uma estimativa de produção de 150,4 milhões de toneladas, representando uma queda de 1% em relação ao ano anterior, apesar do aumento na área plantada.
Barradas destacou que os efeitos causados pelo fenômeno climático El Niño, caracterizado pelo excesso de chuvas no Sul e a falta de chuvas regulares no Centro-Norte do país, limitaram o potencial produtivo da soja e do milho. Este último teve uma produção estimada em 117,7 milhões de toneladas, representando uma queda de 10,2% em relação a 2023.
No entanto, em meio a essa perspectiva de redução na produção, o algodão foi o único produto a apresentar recorde de produção, com uma estimativa de 8,2 milhões de toneladas, um aumento de 9,4% em relação ao terceiro prognóstico. “Com a redução da produção do milho de segunda safra, em função da baixa rentabilidade dos preços, os produtores preferiram apostar mais no algodão, que apresentou alta de 9,4% na produção e de 8,5% em área plantada”, avaliou Barradas.
Além disso, a estimativa para a produção de café também apresentou um acréscimo de 3,7% em relação a 2023, alcançando 3,5 milhões de toneladas. No entanto, as estimativas de produção tiveram variações negativas em várias regiões do país, com destaque para o Centro-Oeste, que apresentou uma variação anual de -11,6%.
No que diz respeito à produção regional, Mato Grosso liderou como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 27,6%, seguido pelo Paraná (14,0%), Rio Grande do Sul (13,3%), Goiás (10,2%), Mato Grosso do Sul (8,8%), e Minas Gerais (5,9%), que, somados, representaram 79,8% do total.
Diante disso, a expectativa é que os impactos dos efeitos climáticos continuem a ser observados nos próximos meses, com novos dados refletindo os problemas de 2023. Conforme destacou Barradas, ainda há várias unidades da federação a informar os dados nos próximos meses, o que deve contribuir para a compreensão completa dos impactos climáticos na safra agrícola de 2024.






